Bahia: Discurso do novo presidente do TJ-BA renova fôlego da Corte
Das aberturas de trabalhos previstas para este primeiro dia útil de fevereiro, nenhuma era marcada por tanta expectativa como o início da nova administração do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa, com suas mensagens, não poderiam surpreender depois de sucessivas idas aos respectivos legislativos.
Já Lourival Trindade tem o desafio de assumir o TJ-BA logo após uma operação da Polícia Federal e um processo afastarem o presidente Gesivaldo Britto, outros três desembargadores e ainda manterem presa a ex-presidente Maria do Socorro Barreto Santiago.
Em uma primeira impressão, Lourival Trindade foi bem. Na avaliação do novo dirigente do TJ-BA, é preciso dar “visibilidade e transparência” às ações do Judiciário baiano. Abrir a “caixa preta” intocável desse Poder é um desafio gigantesco, principalmente em um momento em que a sociedade convive com certo protagonismo exacerbado de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo.
Antes formado por ilhas isoladas e discretas, o STF se tornou um arquipélago de holofotes e o efeito em cadeia atingiu também outras frentes do Judiciário. Já o TJ-BA parou no tempo e seguiu tentando manter uma discrição que já não cabe no ambiente democrático. Não é o excesso do STF, mas também não é a falta como aconteceu, especialmente nos últimos dois anos.
O novo presidente preferiu não tratar diretamente da crise de imagem que se abateu sobre a Corte. Manteve, no entanto, o tom otimista de quem acredita que é necessário “vencer todos os desafios”. Ao tratar do combate à corrupção – acusação que acabou recaindo sobre o TJ-BA no virtual escândalo de venda de sentenças -, Lourival Trindade tratou o tema como uma “obliteração” do senso ético e uma “insensibilidade moral”.
Fonte: BahiaNotícias