O que falta responder sobre queda de avião na Bahia

Na última quinta-feira, um avião particular de propriedade do banqueiro José Abdalla Filho pegou fogo após o pouso em uma pista particular na cidade de Maraú, na Bahia, deixando três mortos e sete feridos. Entre as vítimas estava o ex-piloto Tuka Rocha, de 36 anos, que morreu na manhã deste domingo (17).

 

A aeronave, um turbojato Cesnna Cittation 550 de prefixo PT-LTJ, que custa cerca de R$ 4 milhões, transportava amigos do banqueiro, todos nomes conhecidos por pertencerem a famílias tradicionais que iriam passar o final de semana na região.

Segundo relatos iniciais, existem indícios que o acidente possa ter ocorrido após a aeronave ter tocado a área de pouso antes da pista, fazendo com que o piloto perdesse o controle e batesse contra o chão, causando uma explosão, seguida de incêndio.

 

 

 

 

Além disso, um dos pontos que será alvo da investigação é o motivo de não haver um co-piloto durante o voo, o que seria obrigatório para aquele modelo de aeronave, segundo especialistas.

Há a hipótese de que o co-piloto não teria sido escalado para que a aeronave levasse um passageiro a mais. A capacidade da aeronave, segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), é para nove pessoas, e, no momento do acidente, havia 10 a bordo.

Outro ponto a ser investigado é o histórico do piloto. Com mais de 25 anos de voo, o piloto Aires Napoleão, 66, que segue internado em estado grave, tem registro de multas que ultrapassam os R$ 300 mil por infrações aeronáuticas emitidas por fiscais da ANAC.

 

Entre as infrações constam o não preenchimento de informações no diário de bordo de uma outra aeronave pilotada por Aires, que é uma formalidade obrigatória no Brasil. No diário, registram-se informações sobre o que a aeronve leva, além de dados mecânicos, de rota, de manutenção e outros acontecimentos relevantes durante os voos.

Para apurar com precisão as circunstâncias do acidente, a Polícia Civil da Bahia abriu um inquérito que vai investigar a responsabilidade pela queda do avião. “As equipes aguardam os laudos periciais para saber as causas do acidente”, afirmou a autoridade policial.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da FAB (Força Aérea Brasileira), também trabalha para apurar as causas do acidente, mas o relatório produzido pelo órgão não pode ser utilizado para responsabilizar eventuais culpados, servindo unicamente para prevenir que outros acidentes aconteçam em situações semelhantes.

 

A jornalista Marcela Brandão Elias, 37 anos, conhecida por sua atuação como relações públicas nas áreas de moda, beleza e cultura em São Paulo, foi a primeira vítima do acidente, tendo morrido no local da queda.

Já a irmã e sócia de Marcela em uma Agência de Comunicação, Maysa Marques Mussi, de 27 anos, também conhecida por sua atuação como assessora de imprensa, morreu no hospital no sábado (16), dois dias após o acidente. Elas eram filhas de Orlando Marques, presidente do grupo Kantar Ibope Media.

Christiano Chiaradia Alcoba Rocha, 36 anos, conhecido como Tuka Rocha, piloto de Stock Car, modalidade que disputou entre 2011 e 2018, morreu no domingo (17), em decorrência dos ferimentos e queimaduras que sofreu pelo corpo.

 

Entre os sete sobreviventes estão o empresário Eduardo Trajano Elias, 38 anos, marido de Marcela, e o filho Eduardo, de 6 anos, que teria sido salvo por uma ação do piloto Tuka Rocha. Ambos estão internados em um hospital de Salvador.

O marido de Maysa, Eduardo Mussi, que é irmão do deputado licenciado Guilherme Mussi (Progressista-SP), também estava na aeronave. Eles haviam se casado em setembro, em uma cerimônia em Itacaré, no sul da Bahia.

Também estavam a bordo o empresário Marcelo Constantino Alves, 26, neto de Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas, Fernando Oliveira Silva, 26, e Marrie Cavelan, 27, amigos do piloto Tuka Rocha.

 

Fonte: R7

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir conversa
Precisa de ajuda?
Powered by