PM aborda pedestres e veículos suspeitos depois de ataque de facção

 

Pelo segundo dia consecutivo, a Polícia Militar reforçou a patrulhamento no bairro do Cabula, após 20 integrantes da facção Comando da Paz (CP) da localidade conhecida como Babilônia, na Engomadeira, invadirem uma área comandada pelo Bonde do Maluco (BDM) e mataram duas pessoas.

Para localizar e prender os criminosos, nesta sexta-feira (23) os policiais da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves) realizaram operações com abordagens a pedestres e veículos considerados “em atitude suspeita” nos principais corredores da região.

Até o momento ninguém foi preso, mas a assessoria da Policia Civil informou que a equipe de investigação já possui o indicativo do crime e está em busca dos autores.

 

Márcio e Matheus foram mortos na Estrada das Barreiras por integrantes da facção Comando da Paz
(Foto: Reprodução)

 

As vítimas do crime, que ocorreu por volta das 5h de quinta foram Márcio Rangel Xavier, 32 anos, e Matheus Almeida dos Santos, 24. O corpo de Matheus foi encontrado na Travessa Valter Diniz com várias perfurações de bala e sem os dois pés. O esquerdo foi decepado e o direito foi parcialmente cortado e deixado na Estrada das Barreiras, uma das principais vias do Cabula.

 

 

Já Márcio foi morto no primeiro andar da própria residência, na mesma travessa, a 260 metros do ponto em que o pé da vítima foi abandonado. No local, familiares disseram à polícia que as vítimas não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) e liberados apenas nesta sexta-feira (23). Márcio será enterrado às 16h30, no Cemitério do Campo Santo, na Federação, enquanto Matheus será sepultado no Cemitério Municipal de Plataforma.

Logo após o crime, a Polícia Militar informou que deu início ao reforçou do policiamento no local.

 

Investigação

Ao CORREIO, o delegado Líbio Braga, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que o ataque foi chefiado pelos traficantes Leozinho e Galo, do Comando da Paz.

“Eles chegaram aqui altamente armados, com armas de grosso calibre, machadinhos e facas, com grande poder de munição. A ideia com isso, que podemos chamar de guerra, era tomar a boca de Jardel (BDM) e seus homens”, explica, sem dar maiores detalhes sobre a identidade dos suspeitos.

Em nota, a Polícia Militar informou que policiais da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves) foram acionados por volta das 5h50 para atender à ocorrência.

“No local, populares informaram à guarnição que alguns indivíduos estavam efetuando disparos de arma de fogo e invadiram a residência de um morador da localidade e dispararam contra o mesmo, que foi a óbito”, relata.

Eles disseram ainda que, em seguida, os policiais localizaram mais um corpo. “A área foi isolada e o Serviço de Investigação em Local de crime (Silc) acionado para a realização de perícia e remoção do corpo”, conclui a corporação.

Crueldade
Na avaliação do delegado, a intenção dos traficantes, ao dar vários tiros nas vítimas, além de decepar partes do cadáver, é uma maneira de “impor respeito”, assustar e mostrar que estão “dispostos a tudo”.

“São criminosos extremamente cruéis e covardes, eles não economizaram balas. Um dos corpos (Matheus) tem várias perfurações no rosto. E eles costumam fazer sempre assim”.

Líbio relatou que a família do jovem contou que ele tinha ido visitar um amigo e não tinha envolvimento com o crime. “Pode ser que deu o azar de se deparar com eles”, considera. O delegado afirmou à reportagem que, durante a fuga, os criminosos fizeram a inscrição da facção, conhecida por “tudo dois”, em um banquinho da rua.

As perícias realizadas nos corpos, ainda no local, constataram que Márcio foi baleado por vários tiros, mas teve o corpo preservado. Matheus, no entanto, teve o rosto desfigurado pela quantidade de balas.

“É incontável a quantidade de tiros que atingiram Matheus. São tantas, que digo com toda propriedade que são mais de 30 tiros”, disse, ao reafirmar os requintes de crueldade usados pelos membros da facção.

Uma outra característica das facções, aponta o delegado, tem sido a prática de filmar as execuções e divulgar as imagens nos grupos de WhatsApp. “Eu já sei que existem vídeos do momento dessa invasão circulando”.

Uma tia da vítima, que acompanhou o trabalho da polícia se limitou a dizer que o sobrinho morava na parte alta da localidade, próximo às Barreiras, mas que não tinha muitas informações acerca da vida que a vítima levava. Segundo ela, o jovem havia saído de casa “em busca de independência”.

No local foram encontrados dezenas de estojos (recipiente onde a pólvora fica armazenada), além de cápsulas, segundo o delegado, de vários calibres. A quantidade foi o que deu à polícia a dimensão de que o ataque foi figurado por mais de 20 homens.

 

Fonte: Correio 24 Horas

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