Coronavírus: OMS diz buscar mais informações após reunião sem definições

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu um comitê de emergência contra o coronavírus na tarde desta quarta-feira (22) e disse que precisa de mais informações para decidir se irá declarar ou não emergência de saúde pública de interesse internacional.

O encontro entre os líderes ocorreu após a confirmação de mais de 500 casos na China, no Japão, na Tailândia, em Taiwan e na Coreia do Sul. Uma nova infecção foi anunciada pelos Estados Unidos, além de suspeitas no México, em Hong Kong, nas Filipinas e na Austrália. Uma nova reunião está marcada para esta quinta-feira (23).

The 2019-nCoV is a new virus. Identification and sequencing were done quickly, but most importantly, the sequence was shared quickly. That’s what allowed Thailand, Japan, Republic of Korea to identify cases quickly – @DrTedros #coronavirus
— January 22, 2020

Até o momento, a OMS usou a denominação “emergência de saúde pública de interesse internacional” apenas em casos raros de epidemias que exigem uma vigorosa resposta internacional, como a gripe suína H1N1 (2009), o zika vírus (2016) e a febre ebola, que devastou parte da população da África Ocidental de 2014 a 2016 e ainda atinge a República democrática do Congo desde 2018.

No Brasil, o governo de Minas Gerais disse que investiga uma suspeita do vírus em Belo Horizonte, mas o Ministério da Saúde informou que o caso “noticiado pela SES/MG (Secretaria de Estado da Saúde do estado) não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em vista que o paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus”.

 

 

Apelo para não viajar

O diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, Li Bin, pediu para que as pessoas não se desloquem para a cidade de Wuhan. Milhões de chineses costumam viajar para comemorar o feriado do Ano Novo Lunar, que acontece nesta semana.

“Basicamente, não vá a Wuhan. E quem estiver em Wuhan não deixe a cidade”, declarou Li Bin.

Ele também alertou que o coronavírus pode sofrer mutação e se propagar mais rapidamente. A comissão chinesa anunciou medidas para conter a doença como a desinfecção e a ventilação de aeroportos, estações de trem e shoppings.

“Quando for necessário, os controles de temperatura também serão adotados em áreas-chaves e locais muito frequentados”, informou a comissão.

O Ministério de Relações Exteriores da Inglaterra também pediu nesta quarta-feira que as viagens até Wuhan sejam evitadas.

“À luz das mais recentes informações médicas, incluindo relatos de transmissão entre pessoas, e os conselhos das autoridades chinesas, estamos desaconselhando todas as viagens, exceto as essenciais, a Wuhan”, disse o comunicado.

Aeroportos na Turquia, na Rússia, nos Estados Unidos e na Austrália estão utilizando monitores infravermelhos para identificar possíveis casos da doença. O aeroporto de Heathrow, em Londres, separou um terminal só para os viajantes que chegam de regiões já afetadas pelo vírus.

 

1º caso nos EUA

De acordo com a imprensa americana, um viajante da China foi diagnosticado após desembarcar em Seattle, cidade dos EUA no estado de Washington, no último dia 15. A identidade dele está sendo preservada pelas autoridades de saúde do país, mas o Hora 1 informou que a vítima tem cerca de 30 anos, é um homem e está sendo mantido isolado em um hospital.

 

Sintomas e transmissão

Chamado de 2019-nCoV, o coronavírus causa febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar. É um tipo de pneumonia que é transmitida de pessoa para pessoa.

De acordo com especialistas, é uma nova cepa de um coronavírus que não havia sido previamente identificado em humanos — os coronavírus são uma ampla família, mas poucos deles são capazes de infectar as pessoas.

O período de incubação e a origem do vírus ainda não foram identificados. A fonte primária é provavelmente um animal, de acordo com a OMS. As autoridades chinesas vincularam o surto a um mercado de frutos do mar em Wuhan.

Surto

Os novos casos trouxeram de volta os registros da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), outro tipo de coronavírus que surgiu na China nos anos de 2002 e 2003, resultando na morte de quase 800 pessoas em uma pandemia global.

Em 2020, dois casos já foram identificados na Tailândia, um no Japão e um na Coreia do Sul.

Taiwan, ilha autogovernada que a China reivindica como sua, também confirmou uma infecção pelo vírus, uma mulher que retornou de trabalho em Wuhan.

Os casos suspeitos estão México, em Hong Kong, nas Filipinas e na Austrália.

O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, disse nesta quarta-feira (22) que as autoridades investigam uma suspeita no estado de Tamaulipas, na fronteira norte. Ele afirmou que um segundo caso já foi descartado.

Na Austrália, um homem que viajou a Wuhan está passando por exames em local isolado.

 

Fonte: G1

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